Processos Conativos
No fundo, conação é a motivação, o empenho, a vontade e o desejo que move os indivíduos em direcção a um fim ou objectivo que, ao dar sentido à sua acção, faz com que esta tenha significado para ele.
Caracterizar os processos conativos: tendência e intencionalidade.
A intencionalidade de um pensamento, emoção, percepção, etc. existe quando esse mesmo pensamento, emoção ou percepção é acerca de algo. Isto é, dizer que um estado mental tem intencionalidade significa que ele é acerca de alguma coisa. Por exemplo, quando pensamos, pensamos acerca de alguma coisa, logo o pensamento é intencional; quando sentimos, sentimos em relação a alguma coisa, logo o sentimento é intencional.
A tendência é o impulso espontâneo que orienta a conduta do indivíduo, vai do sujeito para o objecto, responde a uma necessidade interna e leva-nos a concretizar os nossos próprios objectivos. É omnipresente, persistente e inacabada. Face a uma necessidade, um desequilíbrio, há um impulso ou tendência que nos leva a querer satisfazê-la rápida e eficazmente. Depois da resposta dada, encontramo-nos saciados e, por isso, reequilibrados.
tendências são a força e a energia motivacional e podem ser primárias ou secundárias: as primárias acontecem desde sempre e são independentes da aprendizagem (ter fome, sede, frio), enquanto as secundárias são aprendidas nos processos de socialização e correspondem a necessidades sociais (tendência para as línguas ou para o desporto, ou para as ciências). Quanto ao objecto, as tendências podem ser individuais quando se relacionam com os interesses pessoais do indivíduo, sociais quando estão na base de interacções sociais e têm a ver com as relações com os outros e ideais se se relacionarem com a promoção de valores intelectuais, estéticos ou éticos.
Esclarecer o conceito de esforço de realização.
O conceito de esforço de realização relaciona-se com o empenho para concretizarmos os nossos desejos e objectivos. Está intimamente ligado aos processos conativos, ao modo como os nossos desejos e propósitos se transformam em acções. Primeiro, satisfazemos as necessidades básicas fisiológicas e de segurança, depois as psicossociais de afiliação e estima e só por fim as de auto-realização pessoal.
Ricardo Pereira
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