Se perdêssemos a memória, deixaríamos de ser quem somos, porque o que fomos, o que somos e o que seremos depende, em grande parte, da memória. É a nossa memória que retém conhecimentos e informações, ideias, acontecimentos, encontros. Este património torna-nos únicos, assegurando-nos a nossa identidade pessoal.
Se associarmos a memória à manutenção do passado, convém lembrar que é graças à memória que estruturamos o presente e que é possível pensarmos e projectarmos o futuro.
É essencial à nossa sobrevivência porque nos permite, sempre que precisamos, actualizar a informação necessária para dar resposta aos desafios do meio.
Por exemplo, é por termos memória que não pousamos a mão numa chapa em brasa, que não nos aproximamos de um animal perigoso, que paramos no semáforo vermelho, que falamos, etc... Aprendemos a lidar com o meio e é a memória que actualiza, sempre que precisamos, os comportamentos aprendidos adaptados à situação. Quase tudo que fazemos exige memória!
Durante muito tempo a memória, foi considerada uma capacidade menor por comparação, por exemplo, com a inteligência. Tem sido objecto de investigações aprofundadas pela psicologia cognitiva e pelas neuro-ciências, o que permitiu conhecer não só a complexidade dos processos inerentes à memória , como mostram que está na base de todos os processos cognitivos.
Sem memória não há cognição! |
Filipa Pacheco
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