quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Sobre a Psicologia...

Psicologia na sua globalidade é definida por: 
Ciência que estuda o comportamento e os processos mentais a ele associado (experiências subjectivas inferidas através do comportamento, sendo que está localizada na área das ciências da natureza e humanas, uma vez que a biologia e  a sociologia estão intimamente relacionadas.
Rábula psico-filosofica da evolução
Apesar da aparente simplicidade da sua definição, no que toca á sua origem, a Psicologia gera controvérsia e até algumas discussões.
Pessoalmente, acho que a psicologia remonta aos primórdios da civilização, quando as relações interpessoais tiveram de se tornar mais regulares e com objectivo definido. Os nossos antepassados, á luz do que acontece nos nossos dias, provavelmente, também sentiram a necessidade de prever/interpretar comportamentos, de modo a que “surpresa” o deixasse de o ser. Um motivo para esta necessidade remonta ao egoísmo (mesmo que disfarçado de altruísmo) de cada um. Queremos sempre prever os comportamentos e se possível controla-los de modo a que nos sejam favoráveis. Ao longo da história, com a maturação civilizacional, o ser pensante ficou ainda mais pensante e teve a necessidade (mais uma vez impulsionada pelo egoísmo altruísta) de obter respostas para os que lhe era “obscuro”.


Nas civilizações clássicas, a psicologia estava incorporada na mãe de todas as ciências, a Filosofia, divergindo desta em meados do século XVIII.

Laboratório experimental de Wundt
A Psicologia moderna (consensualmente) surge com Wundt, fundador do associacionismo. É com ele que a psicologia assume uma forma científica, completamente independente da Filosofia. Wundt cria, em 1879, um laboratório de psicologia experimental, onde analisava os comportamentos dos indivíduos em estudo. Analisava os compostos e complexos conscientes a partir dos elementos ou unidades: sensações e sentimentos. As sensações podem ser classificadas de acordo com a modalidade sensorial em que são recebidas; além disso, possuem qualidade e intensidade.
É a este pensador que hoje se atribui a psicologia da mente consciente. Wundt defendia que o estudo desta, ainda recente, área se desenvolvia graças á introspecção.


Ivan Pavlov também deu alguns passos na compreensão da mente, tornando-se o pai da reflexologia. Como o próprio nome indica, Pavlov debruçou-se sobre o comportamento reflexo, o condicionamento de comportamentos. Os seus trabalhos e metodologias influenciaram as correntes da psicologia precedentes.

A mudança de comportamentos graças ás experiencias behavioristas
Viajando agora para a América do Norte, Watson introduz uma nova corrente no mundo, o Behaviorismo, ou psicologia do comportamento. Watson via a psicologia como o estudo do comportamento objectivamente observável, definindo o comportamento como uma resposta a um dado estimulo. Como podemos perceber, a observação do comportamento é fulcral para o behaviorismo. John Watson, baseado nas teorias evolucionistas e nos trabalhos de Pavlov, relacionou o comportamento humano com o animal, tornando ainda mais visível a componente biológica associada á psicologia.

Regressando á Europa, surge o Gestaltismo com Kohler, surgindo a gestalt ou Psicologia da forma, como insurgência ao associacionismo. Kohler direccionou os seus estudos para a percepção das formas. De uma forma simplista, o Gestaltismo afirma que as imagens são analisadas como um padrão completo.

Já no século XX, Sigmund Freud funda a psicanálise revolucionando a mentalidade associada á psicologia até então. Freud defendia que o Homem, sendo um conjunto de nessecidades, é um ser dominado por impulsos que surgem do Inconsciente. Este ultimo termo adquire maior significado com esta corrente da psicologia. Como médico, Freud afincou-se à utilização da psicanálise para o tratamento de determinados distúrbios mentais, também conhecidos como neuroses. Estes problemas tinham a sua origem na infância devido a conflitos de natureza sexual, que se manifestavam, principalmente, na fase adulta dos indivíduos. Graças ao desenvolvimento de técnicas de análise e pcicoterapias, certas desordem foram amenizadas, e ainda hoje vigoram algumas técnicas implementadas pelo fundador da psicanálise. A pratica da psicanálise centra-se na constatação do inconsciente e da existencia da censura entre os estádios mentais (por ordem: Inconsciente, Censura, pré-consciente, Consciente).

Mais recentemente, Piaget inicia uma nova corrente, baseada no desenvolvimento cognitivo da criança, mais conhecida como o Construtivismo.  Esta corrente baseia-se na observação naturalista e no método clínico que com os quais, Piaget diferenciou 4 estádios do desenvolvimento cognitivo:
  1. Sesório-motor
  2. Pré-operatorio
  3. Operações concretas
  4. Operações formais.
O desenvolvimento resulta do mutualismo entre as estruturas inatas do sujeito e o meio em que ele existe. Esse desenvolvimento é visto, á luz do Construtivismo, como um processo psicobiológico, em que a sua finalidade é a adaptação ao meio.
Piaget também atribui uma quota parte da nossa maturação psíquica á genética que evidenciam aspectos qualitativos da inteligência.

Todas as correntes identificadas contribuíram para o mesmo fim: o estudo comportamental associado ás operações mentais, de modo a que estas se tornem compreensivas e previsíveis. É pertinente salientar que no caso da psicanálise, a quando da existência de conflitos psíquicos estes sejam solucionados. 
A meu ver, o que torna a psicologia particular é o seu próprio "campo de trabalho" a mente humana é tão complexa e infindável. Contudo, o nosso intrinseco está presente nos nossos comportamentos, sendo que por vezes é quase impossível a dissimulação de estados de espírito. As nossas imagens mentais surgem e quase sempre se repercutem com uma resposta física, mesmo que esta não provenha da nossa consciência. Especifico no caso em que somos confrontados com algo que nos é inoportuno. Todos temos micro-rações que aos mais desatentos passam despercebidas. 

É fantástico como algo que pode ter surgido do egoísmo humano pode tomar uma posição paregórica na nossa vida.

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